terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Chihayafuru Episódios 01-13



Em 2011 tivemos uma estreia um pouco singular: misturando um jogo de cartas tradicional japonês com uma abordagem josei, o estúdio Madhouse trouxe a adaptação do premiado mangá de Yuki Suetsugu, Chihayafuru, na Temporada de Outono sendo o único representante da demografia já citada no momento. Programado para terminar após 25 episódios, a série já está na metade do caminho - mas quão longe a série conseguiu avançar? Temos aqui um bom romance capaz de equilibrar-se em uma história de esporte competitivo? Ou temos um esporte competitivo como forte elemento de uma história de romance? É o que temos a descobrir.

(Esta postagem contém alguns spoilers. Leves, mas ainda assim spoilers.)



Para quem não conhece: Chihayafuru conta a história de Chihaya Ayase, a bela irmã de uma top model que, com seu comportamento inocente porém cheio de energia, é apaixonada pelo tradicional jogo japonês de cartas karuta - que consiste em identificar e retirar cartas de um conjunto antes de seu adversário - , desde que o conheceu a partir de seu amigo de infância Arata. Agora, o objetivo de Chihaya é tornar-se uma grande campeã de karuta - a maior do Japão e, portanto, maior do mundo. Para isso, ela contará com a ajuda de Taichi Mashima, seu outro grande amigo de infância, e da carismática equipe do clube de karuta. (Copiado e um pouco modificado deste artigo de Primeiras Impressões)

Em primeiro lugar, reforçando o que já mencionei nas minhas Primeiras Impressões sobre a série: que arte linda da Madhouse. Fico deslumbrada a cada episódio, sério. Ótimo uso de cores e iluminação, character design um pouco diferenciado (chamando muito a atenção aos olhos dos personagens) e extremamente elegante em seu trio de personagens principais e animação suave que casa direitinho com a execução da série.

E falando em execução, temos um trabalho bem sólido de Morio Asaka, que separa bem a construção do background, começando a série com flashbacks dos encontros de Chihaya, Arata e Taichi que serão a base fundamental para a formação de seus personagens no presente da série. Há um ritmo bem medido, que reforça a dramaticidade -com alguns poucos momentos exagerados, mas outros realmente tocantes - e a qualidade de um roteiro simples que utiliza de duas ferramentas: uma, as mecânicas e torneios de karuta e a outra - a mais importante - a interação de seus personagens.


E essas duas partes funcionam muito bem juntas. Temos aqui aquele típico caso do esporte - no caso, o jogo de cartas - sendo utilizado como forma de amadurecimento dos personagens. Há também alguns bons pontos de vista em torno do jogo em si: Kanade, por exemplo, é a personagem que vê o valor cultural dos poemas contidos nas cartas e melhor entende a vida dentro deles, sem falar em seu respeito e exigência pelo uso das roupas tradicionais (hakamas) durante as partidas; há a forma como o estilo de jogo de cada personagem é trabalhado e o trabalho de equipe sempre é presente, fazendo com que aos poucos o espectador possa tentar partir da introdução básica do jogo e experimentar observá-lo de forma mais ampla. Nada tão inovador, mas funcional.

Só que isso é mais um forte de pano de fundo para o que tem feito a história brilhar: os personagens. Temos uma boa dose de figuras secundárias em procura da própria identidade e com motivações bacanas como Kanade, o nerd Tsutomu - que aprende a enxergar o mundo além de sua solitária carteira de escola - e Nishida - que reconhece que precisa parar de fugir de suas próprias fraquezas. Nada extraordinário, mas é consistente o suficiente para marcar o trabalho em equipe do clube de karuta do colégio Mizusawa. 


Dentro do trio principal, temos figuras mais interessantes. Chihaya é uma garota energética, persistente, que marca por sua presença, porém um tanto desligada aos sentimentos (em especial românticos) que rodeiam-na e talvez até um tanto inocente em suas insistências. Encaixa-se um pouco no quadro típico do(a) protagonista com talento natural para o esporte em questão, e já passou por algumas situações de pressão em meio aos campeonatos vistos até agora. É aí que o leal amigo Taichi mostra-se um forte suporte emocional, ao passo que precisa aprender a lidar com as próprias fraquezas para manter-se ao lado de Chihaya com seus sentimentos não-declarados. Porque claro, Chihaya procura o torneio nacional para conquistar uma nova chance de jogar contra Arata, que apesar de distante e até fragilizado pela perda do avô não se esqueceu dela. Triângulo amoroso à vista? Claaaaro... 

...Só que dentro de uma situação delicada em que há o risco de comprometer a amizade de infância e de lidar com a incerteza dos sentimentos uns dos outros. Bem típico, mas colocado em um plano mais sutil dentro da série em que o crescimento desses três personagens é o foco, pelo menos enquanto os momentos decisivos não chegam. Taichi mostra-se uma liderança forte, quebrando a imagem de pirralho mimado - devido a criação familiar cheia de pressões - do início da série; Arata aprende a recuperar-se da perda do avô, pela qual se culpava; e Chihaya percebe o valor que tem dentro de sua família, precisa aprender a lidar com as pressões e... Bom, sabe-se lá quando ela deixará de ser tão desligada com os sentimentos alheios...


-E agora, o que há pela frente?

Não vou esconder meu fangirlismo agora: QUERO MAIS ARATA NESSA SEGUNDA METADE DA SÉRIE!! Quem me conhece sabe como adoro ele mesmo com sua presença reduzida até agora, x3. Mas falando sério agora, acho que a presença dele deve aumentar nos próximos episódios; devemos ter também o mesmo nível de partidas de karuta executadas de forma a não diminuir o interesse. Não posso dizer com certeza, já que não conheço o mangá.

Há ainda uma misteriosa personagem que apareceu rapidamente no episódio 13 - provavelmente alguma competidora importante; e o público fica na torcida para que a Chihaya se recupere para as próximas partidas do torneio nacional.

De qualquer forma, eu coloco fé nos acontecimentos que seguirão. O nível de produção já está altíssimo e levando em conta o ritmo calculado temos muita qualidade garantida já. E o episódio 14 já está disponível em inglês, portanto 'bora partir com força para essa segunda metade que tem tudo para encerrar este anime como uma das obras marcantes do ano.

9 comentários:

  1. Post lindo de Chihayafuru, Mary! Sem contar que você colocou um dos momentos mais engraçados do Arata aí em cima: Ele virando a cabeça pra ver a foto do Mizusawa Team *-*

    Concordo com tudo que disse, principalmente a parte do Arata aparecer mais já que ele é peça fundamental no anime e ainda ajudou a mudar todo o mundo da Chihaya!

    E aquela nova personagem poderia ser a atual queen de Karuta?

    Anyway, parabéns pelo blog! Muito fofo com relação a aparência e o conteúdo dentro dele muito mágico! Ganbatte nee ^^

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  2. Essa cena do Arata é encanto total. Ele é um divo, tomara que apareça mais. *-*

    Quanto a personagem, é o mais provavel que seja a rainha do Karuta. A princípio fiquei espantada com a semelhança com o Arata.

    Obrigada pelos elogios. Fico feliz que o visual agrade. ^.^

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  3. Eae!

    Gosto de pensar em pensar em Chihayafuru nos moldes de adjetivos,tais como:jovial,fulgurante e outonal.
    Sei que o anime não leva para o lado de "O Sol Nasce para Todos" que é um filme estadunidense de 1953;entretanto a idéia simpática de seguir em frente com predisposição para ser feliz faz refletir parecidamente,ainda mais com todo aquele terno & reluzente clima de outono presente nos olhos dos personagens e na trilha sonora(Aqui não tenho certeza porque não a citou).
    Post em termos de "Impressões do Meio de Chihayafuru" com boa introdução e inevitável expectativa afetuosa quanto ao futuro desta promissora história que "promete brilhar mais" para quem sabe também abrir caminho mais amplo a
    'Joseis de Esporte'.

    Bye!

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  4. Chihayafuru é tão superior que não tem apenas waifu de anime eleita por mim desse ano que passou. Não uma, duas.

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  5. @Anônimo

    Os adjetivos que usou agora captam perfeitamente o clima da série. Neste quesito acredito que a trilha sonora ajuda bastante, tem umas composições "simpáticas" (na falta de um termo melhor ^^'). E da forma como tem sido conduzida, não tem como esperar o melhor da série mesmo.

    @Panino

    Está me deixando curiosa. xD Queria assistir o 14 ainda hoje, mas acho que vou ver algo com minha irmã. Ainda assim, EXPECTATIVA MAX LEVEL, hehe.

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  6. Acho que da temporada passada, Chihayafuro foi o anime que mais me empolgou.

    Ele consegue desenvolver os personagens de modo interessante.

    desenvolvimento e evolução dos personagens é algo que da pontos extremamente fortes para os animes e é justamente o que encontro em Chihayafuro.

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    1. Concordo com você. Muitos animes e mangás com premissas "básicas" acabam impressionando pelos personagens, e é por esse caminho que Chihayafuru segue. =)

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  7. Sinceramente? Foi o melhor animê da temporada passada.

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    1. Fico tentada a pensar assim também. Fate/zero impressiona muito também, mas acho que falta alguma coisa nos personagens. Já Un-Go foi muito inteligente, mas durou pouco - e deixa expectativa para o movie que provavelmente deve demorar a chegar até nós. Chihayafuru foi a série que mais soube se manter constantemente em alto nível.

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