quinta-feira, 14 de julho de 2011

Concluindo X-Men: Mais do mesmo e mais do que o mesmo


Post meio atrasado, pretendia escrever antes mas foi adiado por razões que vocês já conhecem. Mas fica aqui minha opinião e indicação sobre a série. E já estão avisados, spoilers estarão presentes.
Por sinal, este veio logo após o texto da Roberta no Elfen Lied Brasil; confiram a postagem dela também, está muito boa =D



Se houve um título da Marvel Comics que evoluiu do desconhecido ao carro-chefe da companhia, este é X-Men. A equipe de jovens nascidos com superpoderes que luta pela harmonia entre sua raça e o resto da humanidade surgiu nos quadrinhos de forma tímida, até que no final da década de 70 o argumentista Chris Claremont assumiu o roteiro das histórias por mais de dez anos, revivendo um título que depois passaria por outros competentes argumentistas - e desenhistas também - e criaria uma legião de fãs dos heróis da igualdade mutante.

Mas qual seria o segredo para tanto sucesso? A meu ver (garota que passou a infância lendo as revistinhas antigas do pai xP) X-Men supera todos os outros títulos de supers graças ao temas humanos e emocionais nos quais investe: se por um lado os Vingadores nunca tiveram um vínculo forte entre os personagens ou o Quarteto Fantástico sempre seguiu o estilo de "equipe família" mas sem um propósito claro, a equipe mutante cobre essas deficiências, apresentando membros bem diferenciados entre si unidos em prol de uma causa que remete a temas bem conhecidos entre nós como igualdade e racismo. Sem falar na humanização de cada personagem mutante, que supera e muito vários outros heróis conhecidos.

Mas enfim, este é um post sobre o anime de X-Men, produzido pela parceria Marvel e Madhouse e transmitido de Abril a Julho deste ano (2011). Veja agora os heróis mutantes por um ponto de vista que traz o que os fazem tão renomados com um toque especial da animação japonesa.

-Fênix Negra, Clube do Inferno, Japão, U-Men: O enredo




O primeiro episódio já inicia com o célebre confronto entre os X-Men e Jean Grey, corrompida na forma de Fênix Negra graças aos planos do Círculo Interno - grupo mutante que almeja a manipulação mundial. Como já é esperado, é o sacrifício dela que salva a todos; a tragédia acaba resultando na dissipação da equipe.

Porém, após o Professor Xavier receber um comunicado do Japão que a jovem mutante Hisako Ichiki foi sequestrada, ele chama de volta seus antigos alunos. Assim Fera, Wolverine, Tempestade e o relutante líder Ciclope reúnem-se novamente e partem em direção ao Japão para solucionar o mistério do desaparecimento da garota mutante. O que acaba levando-os de encontro a lutas contra os U-Men (grupo de cientistas mutantes que visam a dominação mundial (vilões assim once again ¬¬)), um encontro com a telepata Emma Frost, surtos de mutações secundárias na região de Tohoku e o despertar de um mutante capaz de destruir o planeta inteiro.

-Mais do mesmo, mais do que o mesmo...




...É assim que classifico este anime. Tem suas falhas, é claro, mas o importante é que ele apresenta o melhor que há em X-Men, somado a produção excelente do estúdio Madhouse, gerando um resultado de ótimo entretenimento.

Mas o que seria mais do mesmo?
Em primeiro lugar, os personagens. Tanto visualmente quanto emocionalmente os X-Men foram muito bem reproduzidos, e suas relações também não ficaram perdendo. Destaque especial para a velha "rivalidade" (poderia dizer assim?) entre Ciclope e Wolverine, lembrou pra caramba a forma como acontecia nos quadrinhos e se mostrou importante em alguns momentos-chave (sem falar em algumas outras cenas mais humorísticas, caiu como uma luva xD). Essa reprodução bem-trabalhada de cada X-Men acabou refletindo muito bem o valor da equipe como um todo, algo extremamente importante em qualquer adaptação desses heróis.
Não podemos esquecer da Hisako também. Não sei se ela chegou a aparecer nos quadrinhos (a coleção do meu pai vai só até o final da década de 90), mas no anime ela cumpriu de forma eficiente o papel de "caçula" dos X-Men - apesar de não ter nem de longe a simpatia de Kitty Pride ou Jubileu - e foi importante tanto no desenrolar da história quanto no próprio desenvolvimento de Ciclope, que ainda lutava para superar as feridas da tragédia que matou sua amada.

Em segundo lugar, a ambientalização. A situação de antipatia mutante ficou bem marcado durante a série, sem falar no "clima visual", com laboratórios escuros e mutantes com a aparência alterada ao um ponto assustador, me lembrou bastante algumas aventuras da década de 90.

Essas características marcantes dos X-Men, executadas de forma coesa dentro de um enredo intrigante e bem amarrado, foram acrescidas à qualidade Madhouse de animação: além do character design excelente e o tom escuro corretamente utilizado nos momentos mais intensos, as cenas de luta também caíram muito bem, não deixaram a desejar em um só instante, e atrilha sonora cumpre um papel satisfatório. Mais do que o mesmo, com certeza.

O problema deste anime seria um só, e de certa forma não é pequeno: a finalização. A forma como o Mestre Mental foi inserido como o principal responsável por todos os esquemas em Tohoku pareceu forçada e corrida - era algo previsível, levando em conta que a série começou com o sacrifício de Jean Grey, manipulada pelo Círculo Interno; de cara deu para notar que os produtores iriam encaixar isso no final, só que não ficou tão bem-feito quanto o restante da série.
Sobre luta contra o filho da doutora Yui, algumas reclamações surgiram na internet, dizendo que teria sido melhor um confronto sério entre o mutante e os X-Men e não que tudo se resolvesse entre ele e Hisako; porém, a meu ver isso não chegou a ser um defeito, era algo previsível também e não deixa de fugir das temáticas que as histórias do universo mutante sempre quiseram explorar.

-Concluindo...


X-Men anime foi uma boa forma da parceria Marvel/Madhouse se redimir (pelo menos um pouco) dos fracassos anteriores de Iron Man e Wolverine, com uma boa animação, bom design e roteiro bem amarrado. Apesar de não encerrar muito bem nem apresentar vilões mais marcantes, traz uma boa amostra das aventuras dos mutantes e se mostra um entretenimento sólido, e quem sabe não vem mais por aí? Ao que parece, há "ganchos" para o futuro... Só uma especulação.


Nota: 7,5


(Ah, claro... Estou ciente de que os últimos screenshots ficaram horríveis. ^^")

2 comentários:

  1. X-Men tem uma infinidade enorme de possibilidades a explorar, fato que fica evidente com a quantidade de revistas dos heróis que sugiram. Mas né.. nem sempre cai nas mãos de um bom roteirista, argumentista ou desenhista. Fiquei bem curiosa pra conferir essa saga nos quadrinhos, parece que a Panini publicou uns anos atrás. De qualquer forma, não acredito em segunda temporada, achei aquele prologo quis passar uma ideia de que essa foi apenas uma pequena aventura do grupo, diante de um grande desafio, que no caso é o argumento de Joss e John. Também estava esperando algo mais a fundo envolvendo o Circulo do Inferno, mas eles acabaram sendo peças de tabuleiro. Achei até legal o fato do Mestre Mental estar envolvido diretamente em tudo e a trama girar em sua volta, mas realmente faltou um background á mais pro personagem, ficou muito vazio.

    Enfim, parabéns por mais um post bem escrito. Go go go :)

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  2. Hi!

    O roteiro deve ter priorizado na (re)construção da relação entre os próprios X-Men e deixando personagens antagonistas e secundários(por assim dizer) mais de lado.
    A quantidade de episódios é bem inferior a todas outras versões dos X-Mens e isso deve ter pesado muito na prioridade de certos temas e personagens.Imagine por exemplo se as versões exibidas na Globo ou no SBT tivessem fechado em menos temporadas ou episódios...

    Tchau!E "congratulations" pelas avaliações ponderadas dos prós e contras.

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